Meu vicio...

Perante o cansaço da desilusão, baixo as armas que se mostram rudimentares nesta batalha, dou por mim a desejar os teus braços e tudo o que deles recebo.

Recorro a minha alma ao conforto que me permites e por momentos esqueço tudo, apenas te ouço de forma deliciosa enquanto me revelas as peripécias vitoriosas de quem aprendeu a ilubriar a vida há muito!

Enquanto te ouço orgulhosa, olho-te e perco-me na definição do teu rosto, nos contornos da tua boca, na inquietude do teu olhar...

Sinto-te tão perto do meu ser e desejo...

Desejo-te em todas as tuas formas e em todas as possibilidades!

Desejo que a tua presença seja constante, sabe demasiado bem este estado em ti, como um vicio consentido que se apodera da alma e da carne...

Desejo-te por perto, bem perto de mim!

Li...

Cavaleiro...

Por vezes esse cavaleiro que irrompe as noites frias e vazias, que nos trás o calor de Agosto e que nos abrasa o corpo, é tão real quanto um arco-íris em noite de tempestade, quem o vê, ou mente ou está temporariamente cego. Amar não é, ou não deveria ser, um abdicar da sanidade mental… porém ainda há muita gente que não sabe amar-se e amar!...

"Amar sem esperar reciprocidade é uma doença silenciosa e traiçoeira como o cancro; quando damos por isso, o mal já se espalhou de tal forma que não é possível escapar. (...) e é também por isso que te escrevo, porque tu foste a minha ultima miragem, o derradeiro de todos os cavaleiros andantes, porventura o mais belo, construído pela minha paixão obstinada em perseguir um ideal, e seguramente o mais fraco quando, por fim, te consegui ver sem ser em cima do cavalo." Margarida Rebelo Pinto in "O dia em que te esqueci"

Mas o arco-íris pode realmente existir nessas noites de tempestade, desde que tenhamos noção que existe apenas aos nossos olhos, na nossa mente. Porque estarmos apaixonados é tirar o pé do chão e nos deixarmos embalar pelas cores, pelos odores, pelo calor dos braços desse nosso cavaleiro tão real quanto os seus defeitos e virtudes.

Li...